segunda-feira, 10 de abril de 2017

VILA FRANCA DE XIRA: EM CADA JAQUETA DE RAMAGENS UM PEDAÇO DE HISTÓRIA…

Vila Franca de Xira, 9 de Abril 2017
Por: Catarina Bexiga

Em cada forcado um coração vilafranquense. Em cada jaqueta de ramagens um pedaço de história. A Palha Blanco registou uma grande moldura humana no Festival Taurino que assinalou os 85 anos dos Amadores de Vila Franca de Xira. A melhor maneira de reconhecer a trajectória do grupo e de o acarinhar em dia especial…

O ponto alto da tarde foi a actuação do matador de toiros Curro Diaz com um novilho de Falé Filipe. Um hino ao toureio clássico. Para começar um par de lances à Verónica; e depois uma faena de fino corte, com muletazos profundos e templados, e o toureiro a gosto. Deu duas merecidas voltas à arena.

A Vitor Mendes tocou um novilho violento, dos três o único que não serviu. Mendes despachou-o com ofício. Referir, que João Ferreira cravou dois excelentes pares de bandarilhas, ganhando o pitón e cravando na cara. Saudou nos tércios.

João d’Alva, aluno da Escola de Toureio “José Falcão”, deixou uma importante mensagem na Palha Blanco. Concentrado, entendeu o novilho de Falé Filipe, e construiu uma faena pausada, procurando levar largo os muletazos, e sentindo-se toureiro.

A cavalo, António Ribeiro Telles lidou um novilho parado com ferro Casa Avó. Montado no “Favorito”, a sua sapiência superou as dificuldades. Com detalhes de maestria.

O novilho, com o mesmo ferro, que tocou a Luís Rouxinol, embora sem fijeza no momento do cite, teve mobilidade. Montado no “Douro”, Rouxinol defendeu o seu estatuto, à base da disposição.  

Ana Batista regressou às arenas com um esmerado sentido de lide. O Casa Avó teve acentuada querença em tábuas, mas a cavaleira soube contrariar-lhe a vontade. Montada no “Roncal”, o segredo esteve na ligação, sem perder a cara ao adversário, para lograr concretizar as sortes.

Depois do toureio a pé, menos conteúdo tiveram as restantes actuações a cavalo. Com um novilho de António Silva, Paulo Jorge Santos limitou-se a andar desembaraçado; e com o exemplar de Charrua, o praticante António Prates acusou a responsabilidade.

Terminamos, com os protagonistas na tarde. Concretizaram Ricardo Castelo e Carlos Telles “Caló”, ambos à segunda tentativa, Bruno Casquinha à primeira, Ricardo Patusco à quarta e Diogo Pereira à primeira, a encerrar com chave de ouro a prestação do grupo. Na retina ficaram também outros tantos, que voltaram a vestir a jaqueta de ramagens e a pisar a Palha Blanco, forcados que enalteceram o grupo em diferentes épocas.  

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